domingo, 7 de fevereiro de 2010

Challenge Series ou o gosto de levar porrada.
Foi o terceiro Challenge que fiz e, tirando o primeiro, cada vez mais me convenço de que é uma prova para doidos.
A prova marcada para 30 de Janeiro decorreu num dia espectacular para o BTT. Pouco passava das 7h30 quando o grupo do Biclas TTeam chegou a Vouzela. Um grupo de 15 pessoas estava pronto para enfrentar 2800 m de acumulado, isto à partida.
A Sandra, o Pedro, o Luís, o Rogério, o Germano, o Nuno, o Germano, o Capela, o Ruben, o Martinho, o Ruben Alves, o Vaia, o Paulo, o Bruno e Eu compúnhamos o grupo que por volta da 8h15 arrancou disposto a fazer os 105 km programados.
Ainda não tínhamos aquecido e logo na primeira descida, encontrámos um companheiro de viagem que bateu de cabeça no chão, ficando todo atarantado, sem saber onde estava nem como ali tinha chegado. Depois de o entregarmos a um dos elementos da organização, seguimos caminho em direcção à A25, que ultrapassámos depois de termos estado parados à espera de parte do grupo que decidiu seguir um caminho errado, deixando para trás os elementos que levavam Gps, eu e o Simão. Depois de fazerem 2 km a descer tiveram de os subir para se reunir de novo ao grupo.
De novo todos juntos, já aqui se notava que o Ruben Alves não estava bem mas, lá prosseguimos caminho, em direcção à primeira aldeia do percurso, Adsamo, não sem antes passarmos por baixo do antigo IP5, o Germano por pouco não ficava sem um dos cranks e não sem antes abastecermos num tanque onde todos estavam dispostos a mergulhar, se fosse verão.
À saída da aldeia que nos levaria ao ponto mais alto deste passeio, mais um contratempo: um dos parafusos do cleat do Capela, perdeu-se. A tentativa de reparação não surtiu efeito mas, mesmo sem o parafuso, o sapato desempenhou o seu papel.
Chegados aos 1050m de altitude, começava-se a desenhar a parte negra deste Challenge Series.
O Ruben Alves cada vez apresentava mais dificuldades, eu e o Nuno Cardoso também começávamos a evidenciá-las e o Ruben que não tinha levado alimentação de qualquer espécie, passava um mau bocado por falta dela. Os restantes começavam a mostrar-se nervosos por causa do tempo de espera que faziam e o tempo frio não ajudava em nada as paragens efectuadas.
A descida que efectuámos a seguir, animou as hostes mas, foi curta, pois logo de seguida, voltámos a ultrapassar pela segunda e última vez os 1000 m de altitude. A descida que fizémos de seguida, levou-nos para a N230, que liga Águeda ao Caramulo e fez com que perdêssemos mais algum tempo: um furo do Vaia.
Depois de passarmos por Varzielas e ainda antes de voltarmos de novo à N230, o Vaia teve mesmo de mudar a câmara furada.
Depois da reparação feita, a vontade de chegar ao almoço era mais que muita, mas ainda faltavam uns bons quilómetros e passar pelas aldeias de Meã e Rua, donde já se conseguia avistar o restaurante, que ficava em Alcofra, onde chegámos por volta das duas da tarde, cheios de vontade de ficar por ali.
Já no restaurante, juntaram-se a nós o Tiago Neves e o Cláudio, que tinham programado esperar por nós em Gambarinho mas, como o atraso era grande foram encontrar-se ali connosco. Também não posso esquecer um companheiro do pedal, ali da zona e do qual não recordo o nome e que nos acompanhou durante quase todo o percurso que efectuámos até ali.
Depois de metermos no bucho aquilo que havia de sólido disponível (rojões, lombo assado, bifanas) e alguns líquidos (vinho, cerveja, sumos e café com cheirinho), apenas a Sandra e o Rogério estavam dispostos a continuar. O Paulo decidiu ficar por ali junto com o Ruben Alves que já tinha rebentado à muito
A hipotermia era tal, que no meu caso dava para bater o dente de tal maneira que foi um caso complicado até para ligar o Gps. Chegados a um consenso, decidimos ainda fazer a serra de Farves de depois veríamos o que fazer.
Este consenso levou-nos a arrancar dali, sem sequer nos despedirmos dos dois companheiros que ali ficaram, acto feito por um telefonema alguns minutos mais tarde, depois de já termos descido uns bons metros e levou-nos a passar pelas aldeias de Viladra, Cabo da Vila e Mouta e fez com que eu e o Nuno levássemos mais um empeno na passagem da referida serra.
Depois de ultrapassada a serra de Farves e assim que apareceu a primeira estrada alcatroada, a opção foi fazer um "corta mato" até Vouzela, uma vez que o avançado da hora e os quilómetros que ainda faltavam fazer atiravam-nos a chegada para muito tarde e os compromissos assumidos (marcação do restaurante para o jantar) tinham hora.
O caminho que levámos de regresso a Vouzela, levou-nos a Mogueirães, Cambra e Confulcos, onde apanhámos a N228 que nos levaria até ao destino, não sem antes, eu e o Nuno pregarmos uma partida aos nossos companheiros de viagem. Como erámos nós que fechávamos o grupo, atalhámos pela zona industrial quando nos aparece o final do traçado, que era feito pela linha do Vouga e que nós também fizemos, evitando assim as subidas finais de Vouzela.
Praticamente ao mesmo tempo que nós, chegaram a São, esposa do Rogério, a Be, esposa do Luis, a Paula esposa do Germano e a filha, e a minha esposa, Graça.
Depois dos banhos tomados, estava na hora de nos dirigirmos ao restaurante onde iríamos fazer a reparação dos danos causados durante aquele dia. O restaurante era já nosso conhecido, uma vez que já por ali tinhamos estado aquando da nossa ida ao encontro do BTT Vouzela em Novembro.

Bem comidos e satisfeitos regressámos a casa onde chegámos por volta das 23h30 e de minha parte cheguei convicto de que não farei um novo Challenge Series enquanto me recordar desta "Fuga dos Soldados" e do "Sangue Suor e Lágrimas" do Buçaco, apesar de ainda assim ter passado bons momentos e ter boas recordações do companheirismo que passámos.
A gente vê-se por aí.
Boas pedaladas.
João Torrão